Resolução, que equivale a quatro vezes o Full HD, começa a chegar em
modelos com telas menores; Copa do Mundo deve impulsionar transição, dizem
fabricantes.
Já faz tempo que comprar uma nova TV se tornou uma tarefa complicada.
Antes de decidir pelo modelo, o consumidor deve se perguntar se quer uma TV com
conexão à internet, suporte a imagens em 3D, reconhecimento de voz e gestos e
câmera para videoconferências por meio do Skype, entre outros recursos.
Algumas das grandes fabricantes de TV lançaram os
primeiros modelos de TVs com resolução Ultra HD no Brasil no final de 2012.
Essa resolução divide a tela em uma grade de 3.840 x 2.160 linhas, totalizando
cerca de 8 milhões de pixels – o equivalente a quatro vezes a quantidade de
pixels oferecida pelo full HD. A Sony e a LG já oferecem no Brasil um modelo
cada, com tela de 84 polegadas e suporte a exibição de imagens em Ultra HD.
No início de 2013, o Ultra HD ultrapassou a
barreira das telas grandes e chegou a TVs um pouco menores. Durante a Consumer
Electronics Show, maior feira de tecnologia do mundo realizada em Las Vegas
(EUA), a Sony e a LG lançaram modelos de 55 e 65 polegadas com resolução Ultra
HD, enquanto a Panasonic anunciou um modelo de TV com esta resolução e tela de
56 polegadas. Os produtos, no entanto, ainda não têm previsão de chegada ao
Brasil.
A resolução Ultra HD tenta trazer “frescor” ao
mercado de TVs, que há tempos não oferece uma nova tecnologia capaz de se
tornar um padrão de mercado rapidamente. “O 4K não ia chegar tão cedo ao
mercado, mas teve que ocupar o espaço do 3D, que não emplacou”, diz Luciano
Bottura, gerente de comunicação e marketing da Sony Brasil.
Full HD reina
Segundo a consultoria GfK, a resolução Full HD está
em mais de 70% das TVs vendidas no Brasil. Ela oferece 1.920 x 1.080* linhas, o
que resulta em 2 milhões de pixels, e entrega mais qualidade que a HD. As TVs
com tela superior a 40 polegadas representam 60% das vendas de TVs Full HD no
País. “Mas já é possível perceber o nítido ganho de importância das telas
pequenas ao longo dos anos. Elas já representam quase 23% das vendas de TVs
Full HD no Brasil”, diz Gisela.
Segundo a GfK, nos últimos quatro anos as TVs com
resolução HD praticamente substituíram as antigas TVs com resolução SD –
encontrada em TVs CRT (tubos de raios catódicos, na sigla em inglês) e nas
primeiras TVs de tela fina que chegaram ao mercado. As TVs Full HD seguem a
mesma tendência, mas, em 2012, perderam uma pequena fatia de participação para
as TVs HD, porque os modelos de 32 polegadas ganharam maior popularidade.
É por isso que, embora a resolução Ultra HD traga
uma qualidade de imagem maior, o preço deve atrapalhar a popularização desses
produtos no mercado. Enquanto uma TV com resolução Full HD e tela entre 40 e 42
polegadas custa, em média, R$ 1.638, o modelo mais barato com tela de 84
polegadas Ultra HD à venda no Brasil custa R$ 45 mil, ou seja, 27 vezes mais.
O único outro modelo disponível no Brasil é o da
Sony, ainda mais caro: R$ 100 mil pela TV de 84 polegadas. A TV Ultra HD da
Samsung de 85 polegadas deve chegar ao País em julho, mas ainda não tem preço
definido.
Falta de conteúdo
O preço alto das novas TVs Ultra HD não é o único
empecilho. O “fantasma” da falta de conteúdo, responsável pelo fracasso das
vendas de TVs com suporte a 3D no mercado, também preocupa os fabricantes. Até
o momento há poucas iniciativas de produtoras de conteúdo com esta resolução.
“O conteúdo realmente é escasso, mas vai estar disponível no futuro”, diz Gris,
da LG.
AgNews
Carnaval 2013 foi filmado com resolução Ultra HD
pela TV Globo em uma parceria com a emissora japonesa NHK
No Japão, a emissora estatal NHK foi a primeira a
anunciar que iniciará a transmissão de programas com resolução Ultra HD em
julho de 2014. No início, a transmissão será feita por meio de satélites de
comunicação e, posteriormente, por meio dos atuais satélites utilizados para
transmitir imagens televisivas. A NHK também já iniciou os testes com a
resolução 8K, resolução 16 vezes maior que a Full HD.
Por meio de uma parceria, a NHK e a TV Globo
captaram imagens do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, em
fevereiro deste ano. As imagens gravadas serão exibidas em um programa da NHK,
no Japão, e devem ser usadas pela TV Globo para demonstrar a tecnologia.
Procuradas pelo iG , a TV Globo e a Rede Record não concederam
entrevista a respeito dos planos futuros para transmissão de imagens com
resolução Ultra HD. Em nota, a Rede TV informou que “conduz testes internos,
mas que não se manifestará sobre o assunto”.
“Algumas das fabricantes já estão conversando
conosco há cerca de um ano para se informar e se preparar”, diz Bottura, da
Sony, que também fornece câmeras profissionais que captam imagens com resolução
4K. O executivo, no entanto, não revela se as emissoras já estão em processo de
renovação do parque de equipamentos para começar as filmagens de programas
resolução Ultra HD.
De olho na Copa
Os fabricantes apostam na Copa do Mundo para
estimular a compra de TVs com resolução Ultra HD: os atuais donos de TVs com
resolução Full HD que pretendem trocá-las devem procurar novos diferenciais,
como tamanho e a resolução da tela, para justificar a troca. “Acredito que o
pontapé inicial deste mercado acontecerá durante a Copa do Mundo, em 2014”, diz
Gris, da LG.
Além disso, tradicionalmente os consumidores deixam
para substituir sua TV no primeiro semestre do ano da Copa do Mundo, quando os
fabricantes lançam mais modelos e os preços caem. Para Bottura, da Sony, a Copa
do Mundo ajudará a demonstrar a nova tecnologia, mas as novas TVs demorarão
mais alguns anos para conquistar os consumidores. “Acho que em questão de três
anos o mercado de TVs deve estar sólido para a resolução 4K.”
*As letras “p” e “i” ao lado da resolução (ex.
1080p ou 1080i) indicam dois tipos diferentes: o p, de progressivo, indica que
as linhas de pixels são atualizadas simultaneamente. Este tipo oferece uma
qualidade de imagem superior às resoluções acompanhadas pela letra i, nas quais
as linhas são atualizadas alternadamente.
Fonte: http://tecnologia.ig.com.br/especial/2013-03-22/tvs-ultra-hd-chegam-ao-brasil-mas-esbarram-em-preco-alto-e-falta-de-conteudo.html
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